Sepulturas viram churrasqueira e depósito de garrafas de cachaça no cemitério São João Batista em Manaus.
fotos: Lázaro Wanderley
Você já imaginou comer um churrasco feito em cima da sepultura de um ente querido? O questionamento pode até parecer de extremo mau gosto, mas é o que acontece diariamente no cemitério mais tradicional de Manaus, o São João Batista, no bairro Boulevard.
“Na maioria das vezes, não dá tempo de sair do cemitério para comer e voltar. Nós que trabalhamos na limpeza, reforma e construção de túmulos, acabamos fazendo a comida aqui mesmo”, destacou a mulher que pediu para não ter o nome revelado.
Do lado do “churrastúmulo” como foi apelidado, outra sepultura ganhou nova utilidade. Virou depósito de garrafas de cachaça. E depois de umas doses, o descanso está garantido em cima de outro túmulo.
Mas os problemas não são apenas esses. Violações de sepulturas continuam ocorrendo durante a madrugada, afirmam os frequentadores. Outra situação que está preocupando a comunidade dos arredores do cemitério é a queda de um muro nos fundos do local. “Com as chuvas, temos medo que as sepulturas acabem caindo lá em baixo”, afirmou o aposentado Raimundo Santos.
O São João Batista, no Boulevard, na avenida Álvaro Maia, zona sul de Manaus, é considerado cemitério de famílias de classe média alta. Segundo a assessoria de imprensa da Semulsp, o local está passando por um processo de reorganização e que esses e outros problemas tem os dias contados. Um novo gestor foi nomeado há cerca de 2 semanas. Fica a esperança de dias melhores para o cemitério.
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