Seduc realiza semana de atividades relacionadas à conscientização racial
A iniciativa vai alcançar alunos do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio da rede estadual de ensino
A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar realiza, até o dia 22 de março, a semana de atividades de conscientização pela passagem do Dia Internacional contra a Discriminação Racial e ao Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, ambos celebrados na quinta-feira (21/03). Até sexta-feira (22/03), alunos de escolas da rede estadual discutirão, em rodas de conversas, sobre a ancestralidade afro-brasileira, indígena, quilombola, suas crenças e ritualísticas.
As ações foram planejadas pela Gerência de Atendimento Educacional e Específico da Diversidade (Gaeed), da Secretaria de Educação, e em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc). Entre ativistas, sacerdotes, pedagogos, pesquisadores e professores, 11 palestrantes compõem o grupo de profissionais que estarão em contato com os alunos do Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, da rede.
A Escola Estadual (EE) Senador Antóvila Mourão Vieira, localizada na zona sul de Manaus, foi a unidade de ensino contemplada pela iniciativa na tarde de segunda-feira (18/03). Em debate, temas como racismo estrutural, elaboração de políticas públicas para povos marginalizados e como a música e a cultura abordam essa problemática foram citados pelo ativista social e estudante de pedagogia, Lamartine Silva.
“A escola é o espaço para debatermos essa questão de maneira mais lúdica. Eu acredito que a cultura hip-hop e outras semelhantes conseguem fazer isso, porque já estão na rotina desses jovens. Com a ferramenta, buscamos fazer uma conexão, usando termos e exemplos mais acessíveis, para que eles saiam da escola com voz ativa e pensamentos plurais”, ressaltou Lamartine, que também é conhecido pelos trabalhos culturais desenvolvidos no hip-hop.
Reflexões e respeito
Outro tema de reflexão na EE Senador Antóvila Mourão foram as religiões de matriz africana. A partir da contextualização histórica do estabelecimento dessas crenças em solo brasileiro, é possível instituir uma vivência sem estigmatização e violência religiosa, como afirmou a candomblecista e palestrante na atividade, Makota Emanuela Oliveira.
“Não enxergo os jovens enquanto cidadãos do amanhã, eles são cidadãos do hoje. E hoje já precisamos modificar atitudes preconceituosas. Enquanto integrante da rede, fico feliz em poder contribuir”, ressaltou Emanuela, que também é pedagoga e atua na EE de Atendimento Específico Mayara Redman Abdel Aziz.
Para a aluna Nicole Freire, 16, que é frequentadora de um centro religioso umbandista desde os 6 anos, a atividade na escola foi importante para promover uma reflexão entre os colegas.
“Achei importante, porque quando falo que sou umbandista, algumas pessoas me olham de maneira negativa. Com essas ações, as pessoas podem ouvir sobre a religião e ver que não é aquilo que elas pensam. É importante para esclarecer e respeitar”, compartilhou Nicole.
Além da EE Senador Antóvila Mourão, as rodas de conversa também estão previstas para acontecer em outras unidades de ensino da rede, como o Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, EE Antônio Bittencourt, EE Profª Cecília Ferreira, EE Professor Otávio Mourão, Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Marcantônio Vilaça I e o Centro de Educação de Jovens Adultos (Ceja) Agenor Ferreira Lima.
Fonte: Seduc
Foto: Eduardo Cavalcante
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