Reviravolta: Pais de estudante de 10 anos são indiciados por lesão corporal combinada com omissão. Agressão ocorreu fora da escola.

O caso de Luís Eduardo Arcanjo Cordovil, de apenas 10 anos, foi inicialmente relatado como uma agressão dentro de uma escola pública, supostamente por ter se recusado a realizar um trabalho para um colega. No entanto, após 25 dias de investigações minuciosas, incluindo perícias, autópsia e depoimentos de professores, colegas, pais e médicos que atenderam a criança, a delegada responsável pelo caso, Joyce Coelho, concluiu a investigação, revelando uma nova versão.

De acordo com a delegada, a agressão que resultou na morte de Luís ocorreu fora do ambiente escolar. Durante uma brincadeira, o menino levou uma rasteira e caiu de costas, batendo a cabeça no chão. Uma criança de 11 anos, que estudava com a vítima, confessou ter dado a rasteira enquanto caminhavam para a escola. “Crianças não são penalmente responsáveis. Encaminharemos ofício para que o Conselho Tutelar acompanhe o caso”, afirmou a delegada.

Outro aspecto lamentável revelado pela investigação é que o menino havia relatado tudo aos pais, mostrando os hematomas, mencionando vômito com sangue e uma dor intensa. No entanto, mesmo diante desses sinais, os pais deixaram a criança sozinha com os irmãos menores e, posteriormente, viajaram com os filhos para um sítio no interior do Amazonas. Quando decidiram levar o menino ao hospital, já era tarde demais. A delegada indiciou os pais por lesão corporal agravada pela omissão de socorro.

“No dia seguinte à agressão, 2 de agosto, mesmo com todos os sintomas apresentados, os pais levaram-no para um sítio na zona rural de Autazes, retornando apenas quando o quadro de saúde da criança piorou, na madrugada do dia 3 para o dia 4 de agosto. Ao chegarem a uma unidade hospitalar de Manaus, a vítima já estava sem vida”, relatou a delegada.

O caso agora se encaminha para novos desdobramentos na Justiça do Amazonas, com a possibilidade de prisão dos pais da criança em caso de condenação.