Esforços fracassam e Manaus enfrenta nova crise de fumaça: A responsabilidade dos governos municipal, estadual e federal

 

Manaus completa quase uma semana encoberta por fumaça, alcançando a pior qualidade do ar do Brasil. Esse título indesejado causa constrangimento político, levantando questões sobre se alguém deixou de fazer sua parte para evitar a tragédia ambiental já prevista para este ano.

A imagem da ponte sobre o Rio Negro, quase desaparecendo em meio à fumaça, chama a atenção. Parece um retorno no tempo: há cerca de nove meses, os moradores da capital amazonense sofriam com o mesmo cenário de fumaça. Autoridades de todas as esferas anunciaram medidas com antecedência para evitar que o problema se repetisse este ano, mas, infelizmente, o plano não deu certo.

Nesta semana, o prefeito David Almeida alegou que Manaus não registra queimadas e criticou os governos estadual e federal. “As queimadas não estão ocorrendo em Manaus, mas sim em áreas fora do nosso controle. É necessário que haja uma ação coordenada entre os entes federativos (Estado e Governo Federal) para combatermos essa situação”, afirmou o prefeito.

Em resposta, o governador Wilson Lima afirmou que diversas ações foram realizadas com antecedência e que 70% das queimadas ocorre em áreas de assentamento do governo federal no Amazonas e em estados vizinhos. “Nós implementamos várias medidas preventivas, operação aceiro e tamoiotatá, estamos com trezentos homens fazendo o cambate a incêndios, aplicamos mais de R$ 70 milhões em multas, mas é preciso reconhecer que o problema se estende além das nossas fronteiras a maioria em acetamentos onde o governo federal tem responsabilidade de combater os incendios”, disse Lima.

O superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, também comentou sobre a situação, destacando que o órgão vem atuando e que a cobrança deve ser direcionada também aos produtores rurais. “O Ibama está presente e atuante, mas é fundamental que todos os envolvidos, inclusive os produtores rurais, assumam sua responsabilidade na prevenção das queimadas”, declarou Araújo.

De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a qualidade do ar em Manaus é considerada “muito ruim” e atinge a pior classificação entre os municípios brasileiros. Encontrar culpados não resolve o problema, mas é essencial que todos se unam novamente para lutar contra esse inimigo ambiental perigoso que nos sufoca e pode ser letal.

 

Reportagem: Fabio Melo

Fonte: Fatos Marcantes 

Foto: Fabio Melo