Novo aumento da gasolina em Manaus expõe falhas na fiscalização

A recente alta no preço da gasolina em Manaus, sem qualquer explicação clara, tem gerado desconfiança entre motoristas e autoridades. A falta de participação ativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) nas fiscalizações locais também levanta preocupações. O novo preço, que passou de R$ 6,89 para R$ 6,99 neste fim de semana, é o segundo aumento desde julho, quando o combustível subiu R$ 0,60.

Para o motorista Antônio Souza, a situação já não surpreende mais. “Todo ano é a mesma coisa. O preço sobe do nada, sem explicação, e a gente tem que aceitar”, desabafa. Souza critica a falta de justificativa das autoridades e a impotência dos consumidores diante das constantes altas.

Autoridades ligadas à defesa do consumidor, como o Procon-AM, tentaram agir rapidamente, mas as inspeções realizadas já não surtiram efeito. “Nossa competência não inclui a capacidade de reduzir o preço”, admite o diretor do Procon-AM, Jalil Fraxe.

O que agrava a situação é a falta de envolvimento da ANP, que possui o poder de polícia sobre o mercado de combustíveis, mas não tem atendido aos apelos das autoridades locais para participar das fiscalizações. “A agência permanece em silêncio, mesmo após várias solicitações”, critica o deputado Mário César Filho, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM).

Com a gasolina mais cara e a qualidade dos combustíveis em declínio, consumidores e autoridades locais se sentem impotentes diante de um mercado que opera sem a devida supervisão. Esse ciclo de aumentos sem justificativa reforça a frustração da população, que vê os preços subirem sem controle.