Seita religiosa, tráfico de drogas sintéticas e morte de ex-sinhazinha do boi garantido. Entenda

Manaus, 31 de maio de 2024 – A morte de Dilemar Cardoso, conhecida como Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi Garantido, revelou um esquema perturbador envolvendo uma seita religiosa, tráfico de drogas sintéticas e abusos de diversas naturezas. Djidja, filha de Cleusimar de Jesus Cardoso e irmã de Ademar Farias Cardoso Neto, líderes da seita “Pai, Mãe, Vida”, foi encontrada morta no último dia 28 de maio de 2024.
As investigações apontam que a seita, liderada por Ademar e Cleusimar, gerenciava uma rede de salões de beleza em Manaus sob o nome “Belle Femme”, onde obrigavam os funcionários a se vincularem à seita e usarem substâncias psicotrópicas, como ketamina, obtida ilegalmente de clínicas veterinárias.
Testemunhas relataram que Ademar, visto como uma figura messiânica dentro da seita, administrava altas doses de ketamina em Djidja e outros membros. A droga, usada originalmente como anestésico para animais, era consumida para efeitos psicoativos. O depoimento da própria Djidja e documentos médicos indicam que ela foi internada várias vezes devido ao abuso da substância, sendo injetada de forma dissimulada pelo próprio irmão durante visitas aos hospitais onde a Djidja estava.
Os relatos também revelaram abusos sexuais e físicos cometidos por Ademar contra Djidja, incluindo episódios de estupro e um aborto forçado. Djidja foi resgatada em abril de 2024, em estado crítico, após sofrer um aborto e ser mantida em condições deploráveis, segundo depoimentos de familiares e outras testemunhas.
Além de Ademar e Cleusimar, outros membros da seita, estão envolvidos no esquema criminoso. Eles são acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico, perigo para a vida ou saúde de outrem, falsificação de produtos terapêuticos, aborto provocado sem consentimento, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro e cárcere privado, e constrangimento ilegal.
A polícia continua as investigações para desmantelar a rede criminosa e garantir que todos os responsáveis sejam levados à justiça. A trágica morte de Djidja Cardoso expõe a vulnerabilidade de pessoas sob influência de seitas e destaca a necessidade de ações firmes contra o tráfico de drogas e abusos religiosos.
A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso morreu aos 32 anos
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