PT-AM: Sinésio quer seguir na presidência, Zé Ricardo fala em “retrocesso”

A disputa interna pelo comando do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas ganhou um novo capítulo nesta semana. O deputado estadual Sinésio Campos admitiu a possibilidade de permanecer na presidência estadual da legenda, caso haja apoio interno. Em resposta, o vereador eleito de Manaus José Ricardo classificou a eventual recondução de Sinésio como um “retrocesso” e defendeu uma renovação na liderança petista.

Sinésio, que já comandou o diretório estadual do partido por dois mandatos, afirmou que, apesar de ainda ser cedo para uma decisão definitiva, a mudança no formato de escolha do presidente abriu caminho para que ele siga à frente da sigla no estado. “O jogo mudou. Eu faço parte de uma tendência que é a segunda maior do PT em nível nacional”, declarou.

Por outro lado, José Ricardo defendeu que o partido precisa de novos rumos. Para ele, é hora de dar espaço a lideranças mais jovens e resgatar as “raízes” do PT, com maior independência política. O vereador tem se posicionado de forma crítica à administração municipal, enquanto Sinésio e seu grupo mantêm uma relação mais próxima do governo estadual e da prefeitura.

A crítica de José Ricardo não é isolada. A divisão entre os dois parlamentares reflete uma disputa antiga no PT amazonense. Enquanto o vereador representa a ala mais independente, que cobra maior distanciamento da base governista, Sinésio Campos e seu aliado político, Sassá da Construção Civil (ex-vereador e atual secretário municipal), são identificados com uma linha mais pragmática e alinhada ao governo.

O embate entre as duas lideranças já teve momentos de confronto direto. Em 2020, Sinésio venceu as prévias do partido para disputar a prefeitura de Manaus, mas a direção nacional interveio e escolheu José Ricardo como candidato oficial. Mais recentemente, José Ricardo voltou a criticar a condução do partido no estado, afirmando que a legenda perdeu protagonismo sob a liderança de Sinésio e que sua continuidade na presidência não ajudaria na reconstrução da sigla no Amazonas.

Com as eleições de 2026 no horizonte, a disputa pelo comando do PT-AM pode definir os rumos do partido no estado. O embate entre renovação e continuidade será decisivo para o futuro da legenda, que tenta equilibrar influência institucional e identidade histórica diante de um cenário político cada vez mais polarizado.

Fonte: Fatos Marcantes

Foto: Divulgação

Veja também:

PT-AM Rechaça Suposta Tentativa de Afastamento de Presidente Estadual e Esclarece Fatos Deputado Roberto Cidade tem quatro PLs aprovados na sessão plenária desta quarta-feira CMM revoga honraria concedida à policial civil envolvido em caso de agressão Moraes autoriza acesso de Carlos Bolsonaro a processo sobre Abin paralela