Fraudes no INSS: oposição quer explicações de Wolney Queiroz

Investigação revelou um esquema de descontos indevidos aplicados em benefícios previdenciários
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Lorenzini Zucco (PL-RS), apresentou nesta segunda-feira (5/5) um requerimento para convocar o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, para esclarecimentos sobre o escândalo de fraudes revelados pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), que escancarou esquemas de desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A proposta ainda precisa ser aprovada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para que o comparecimento do ministro se torne obrigatório.
Deflagrada no último dia 23 de abril, a investigação revelou um esquema de descontos indevidos aplicados em benefícios previdenciários, realizados sem qualquer autorização por parte dos aposentados e pensionistas. Segundo a PF, mais de 4 milhões de beneficiários foram prejudicados, em um rombo estimado em mais de R$ 6 bilhões. O esquema envolvia sindicatos, associações, servidores públicos e advogados, e incluiu práticas como corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
O escândalo já resultou na exoneração do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na renúncia do ministro Carlos Lupi. Wolney Queiroz, que ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta, assumiu a chefia do ministério em meio à turbulência, sob intensa pressão política e social.
Para o deputado Zucco, no entanto, a mudança de comando não resolve o problema. Ele afirma que Queiroz também foi alertado sobre as irregularidades e não tomou providências.
“Queiroz estava na mesma reunião em que Lupi foi alertado sobre as irregularidades. Não há como falar em combate à corrupção ou proteção aos mais vulneráveis enquanto o responsável pela pasta da Previdência ignora denúncias graves. O ministro Wolney Queiroz demonstrou total conivência e não tem condições de permanecer no cargo. Ele sequer deveria ter assumido o posto”, afirmou Zucco.
“O Parlamento tem o dever de fiscalizar e dar uma resposta à sociedade. Não podemos tolerar esse tipo de omissão. As pessoas lesadas querem saber quando e como serão ressarcidas desse verdadeiro roubo”, concluiu o parlamentar.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: PDT
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