Rosenha prometeu Copa Feminina em Manaus, culpou governo ao fracassar; veja o vídeo com as declarações

Em setembro de 2023, o deputado estadual Rosenha (PMB), hoje vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi enfático ao anunciar no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) que havia assegurado, por meio de articulação direta com o presidente da CBF, a realização da Copa do Mundo de Futebol Feminina de 2027 em Manaus. Na ocasião, afirmou ter promovido reuniões com o governador Wilson Lima e o prefeito David Almeida para viabilizar o evento e garantiu publicamente que a capital amazonense seria uma das sedes.

“Fizemos toda a articulação e conseguimos trazer a Copa para Manaus. Tenho a certeza, dada pelo presidente da CBF, de que o evento será aqui”, declarou à época, em tom de celebração.

Cerca de um ano e oito meses depois, nesta terça-feira (13), o mesmo parlamentar voltou ao plenário com um discurso diferente. Diante da divulgação oficial da lista de cidades-sede — sem Manaus entre elas — e das críticas recebidas, Rosenha tentou se eximir de responsabilidade, atribuindo o fracasso à Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel). Segundo ele, o órgão estadual não teria cumprido prazos nem apresentado relatórios técnicos exigidos pela FIFA.

“Os representantes da FIFA foram recebidos por pessoas que sequer sabiam o que estavam fazendo. Gente com dificuldade de compreender como funcionam eventos internacionais”, declarou, acrescentando ainda que “o secretário era um bossal”.

Ao mesmo tempo em que culpava o governo estadual, o deputado revelou que esteve duas vezes no Rio de Janeiro para tentar incluir Manaus como candidata, mas reconheceu que a decisão final cabia exclusivamente à FIFA. “Quem define a sede é a FIFA, em Genebra, a portas fechadas. A CBF pode sugerir, mas não interfere”, afirmou, contradizendo a segurança com que havia anunciado o feito em 2023.

A mudança de tom e a tentativa de transferir responsabilidades expuseram uma incoerência no discurso do parlamentar. De um lado, o anúncio de articulação vitoriosa; de outro, a admissão de que não havia controle real sobre a decisão — e de que o Estado não teria cumprido as exigências.

Nota

A Secretaria de Estado de Desporto e Lazer (Sedel) informou que, ao longo do processo para a escolha das cidades-sede da Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, todas as exigências técnicas feitas pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) foram atendidas pela Arena da Amazônia. A pasta ressaltou ainda que toda a comunicação enviada pela FIFA foi respondida dentro dos prazos estabelecidos e com todas as informações solicitadas.