19/04/2025

União Brasil se desentende na CMM e ignora liderança em votações estratégicas

         

O partido União Brasil vive um momento de descompasso interno na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Com seis cadeiras ocupadas na Casa, a legenda tem demonstrado falta de unidade nas votações, principalmente em pautas estratégicas, como a que autorizou, nesta terça-feira (25), a Prefeitura a contratar R$ 2,6 bilhões em empréstimos com instituições financeiras nacionais.

Dos seis vereadores filiados ao União Brasil, apenas o líder da sigla na Câmara, Diego Afonso, votou contra a matéria — coerente com a linha de oposição ao Executivo municipal que o partido adota formalmente. Os demais integrantes da bancada, porém, seguiram em direção oposta, acompanhando a base aliada do prefeito David Almeida (Avante).

Entre os que votaram a favor da proposta estão os vereadores Aldenor Lima, Everton Assis, Marcos Castilho, Professora Jacqueline e Simón Bessa. A escolha de votar com os partidos de situação expôs não apenas a falta de coesão interna, mas também um esvaziamento prático da liderança partidária no plenário da CMM.

Liderança ignorada

A atuação isolada de Diego Afonso, muitas vezes desconsiderada pelos próprios colegas de partido, levanta questionamentos sobre o papel do líder de bancada e o grau de alinhamento entre a representação da legenda no parlamento municipal. O episódio desta semana evidencia um ambiente em que a liderança formal parece não ter força para coordenar decisões coletivas nem para orientar votações de maneira consistente.

Contradições com o discurso estadual

O comportamento da bancada municipal contrasta com a linha de oposição ao prefeito de Manaus assumida por lideranças estaduais do União Brasil. A legenda é presidida no Amazonas pelo governador Wilson Lima e, em Manaus, pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Roberto Cidade. Ambos têm mantido um posicionamento crítico à gestão municipal, inclusive em questões eleitorais.

A divergência entre o discurso estadual e a prática municipal revela uma fragmentação interna que fragiliza a identidade política do partido e dificulta seu papel institucional como oposição. O resultado é uma atuação parlamentar curiosa, que se descola da orientação partidária e desafia qualquer leitura clara sobre a posição do União Brasil na Câmara.

Implicações políticas

A ausência de unidade dentro da legenda não apenas enfraquece a atuação do partido enquanto oposição, como também coloca em xeque sua capacidade de articulação para projetos futuros — especialmente no contexto das eleições municipais de 2026. A quebra de coesão em votações cruciais pode gerar desgastes internos e enfraquecer a credibilidade da legenda junto ao eleitorado e aos demais agentes políticos.

Diante do impasse, o líder do União Brasil na Câmara, vereador Diego Afonso, afirmou que o descumprimento da orientação partidária poderá ter consequências. Segundo ele, a atitude dos colegas pode levar à abertura de processos disciplinares dentro da legenda. “Esse tipo de comportamento pode gerar desde advertência até a expulsão dos parlamentares do partido”, declarou.

Diego Afonso reforçou que a legislação e o entendimento atual fortalecem a posição dos partidos sobre seus mandatos. “Hoje há um entendimento já nacional de que a vaga pertence ao partido e não ao parlamentar. Portanto, quem tem que se explicar não sou eu, são os vereadores que insistem em votar contra a orientação da liderança do União Brasil na Câmara”, completou.

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