12/05/2024

Paciente que estava em coma há 24 anos morreu na última quinta-feira (14)

         

O Hospital Militar do Espírito Santo (HPM-ES) não conseguiu identificar e localizar os parentes da mulher. Médicos e enfermeiros estão se mobilizando para oferecer a ela um funeral digno.

Na noite desta quinta-feira (14), morreu a paciente chamada por “Clarinha”, que estava há 24 anos em coma. Ela estava no Hospital Militar do Espírito Santo (HPM-ES), em Vitória, sem nenhuma identificação.

A informação foi confirmada pelo hospital após ela passar mal e sofrer uma broncoaspiração. O nome “Clarinha” foi dado devido à sua pele ser muito clara. No dia 12 de junho de 2000, ela foi atropelada por um ônibus no centro de Vitória.

Não houve procura dos familiares no dia do acidente, e ela não tinha documentos de identificação. A partir desse momento, passou o resto da vida em hospitais. Após o acidente, ela foi para o antigo Hospital São Lucas, passando por diversas cirurgias. Ela sofreu um trauma cerebral resultante, deixando-a em um estado de coma do qual acabou não conseguindo se recuperar.

O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) informou que, de acordo com as testemunhas que estavam no local, a vítima estava fugindo de um perseguidor cuja identificação permanece desconhecida.

O hospital solicitou ao Ministério Público que assumisse o caso de busca na identificação da paciente, mas não houve sucesso. O hospital tentou identificá-la pelas digitais, mas não conseguiu. Outros órgãos foram acionados com o intuito de buscar informações em bancos de dados de pessoas desaparecidas, delegacias e registros da Polícia Federal.

Sem identificação e sem procura de parentes, e não conseguindo identificá-la pelas digitais, houve diversas tentativas de localizar os parentes, entre elas as testemunhas do acidente, mas nenhuma informação foi obtida.

O tenente-coronel, Jorge Potratz, cuidou da paciente ao longo dos anos e afirmou que era importante dar um nome para ela. “A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome ‘não identificada’ é muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”, afirmou o tenente-coronel.

Em 2016, o Fantástico, programa da TV Globo, fez uma reportagem levando 102 pessoas para contatar ao MPES com a esperança de identificar a mulher como uma pessoa desaparecida, mas os exames de DNA e investigação de laços familiares foram inconclusivos.

Em 2021, foi especulado que a paciente poderia ser uma criança de 1 ano e 9 meses que desapareceu no município de Guarapari, cerca de 55km do Estado. Porém, um exame de DNA feito em agosto do mesmo ano revelou que não.

Como Clarinha não tinha documentos oficiais, ela poderia ser sepultada como “indigente” após passar pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). No entanto, os médicos e enfermeiros do hospital informaram para a imprensa local que estão se mobilizando para garantir que ela tenha um funeral digno.

 

Fonte: Portal UOL

Foto: Divulgação

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